Medindo o risco do cultivo de óleo de palma em turfeiras

O núcleo da sustentabilidade está interligado por quatro vertentes, ou seja, conformidade legal, social, ambiental e econômica. No contexto dos negócios, a sustentabilidade também pode ser definida como a capacidade do negócio de ser sustentável.

Além dos riscos ambientais, sociais e econômicos, a segurança jurídica também é vital. A compreensão adequada do desenvolvimento do dendezeiro em turfeiras é necessária para alcançar a implementação da prática sustentável na operação de dendezeiros.

A indústria de plantação de dendezeiros na Indonésia está atualmente experimentando um rápido crescimento, tanto por operadores de negócios de grande escala quanto por pequenos agricultores. Esse desenvolvimento é impulsionado pela demanda do mercado mundial, principalmente da Índia, China e Europa do óleo de palma bruto (CPO). A Indonésia é atualmente o maior produtor e exportador mundial de CPO. De acordo com a previsão da Oil Data World, a produção da Indonésia chegará a 43 milhões de toneladas até 2020. Segue-se a Malásia com 23 milhões de toneladas, e o restante de países como Nigéria, Colômbia, Tailândia e assim por diante.

A previsão de produção do CPO em 2020 exigirá que a produção seja continuamente melhorada, portanto a expansão da terra é inevitável. Este é o desafio para a indústria de óleo de palma em um país que está relacionado aos dilemas e complexidades das turfeiras com impactos potenciais resultantes de inundações, escassez e poluição de água, incêndios florestais e poluição do ar, perda de habitat e alteração da biodiversidade, mudança socioeconômica e alterações climáticas globais.

Complexidade da gestão de turfeiras

A turfa é um solo 'frágil' ou quebradiço. A topografia deste terreno é geralmente em forma de bacia e geralmente localizada não muito longe da costa. O solo de turfa contém estoques de várias plantas e organismos que viveram por milhares de anos no passado. Os níveis de água subterrânea do solo de turfa geralmente estão próximos, contêm e até inundam a superfície do solo. Isso ocorre naturalmente durante a estação chuvosa ou seca.

Apenas plantas nativas de turfa são capazes de se adaptar a condições como esta e crescer nela, como Ramin, Jelutong e Rattan. Enquanto o dendê e a acácia não são plantas que se adaptam naturalmente a essas condições. Consequentemente, as poças ou o excesso de água devem ser removidos dos canais que servem para drenar a água do solo turfoso circundante para o rio.

Quando a água é removida ou drenada do solo de turfa, o caráter do solo mudará, tornando-se seco e combustível e sofrerá subsidência. A taxa de subsidência é variada, mas em média chega a 5 cm por ano para o solo turfoso que se abre até 70 cm abaixo da superfície. Nos primeiros anos, a subsidência do solo de turfa pode chegar a mais de 50 cm por ano. Com o afundamento contínuo, se não forem manejadas corretamente, as raízes das palmeiras acabarão sendo expostas e entrarão em colapso.

Além dissore, devido à subsidência, a área de plantio será menor do que as terras não turfosas ao redor ou abaixo do nível do mar. Tais condições podem, em última análise, fazer com que os dendezeiros submerjam e, eventualmente, as plantas se tornem fétidas.

Segundo Nyoman Suryadiputra, diretor da Wetlands International Indonésia, essas condições, em algumas situações, podem afetar a produtividade da plantação de dendezeiros.

“O óleo de palma foi plantado pela primeira vez em turfeiras indonésias na província de Riau em 1990, e a plantação tem agora cerca de 25 anos, mas não atingiu o segundo estágio do ciclo de cultivo. As más condições das lavouras em Riau são muito alarmantes, porque aproximadamente 66% da plantação total ou até 510,000 dendezeiros em uma área de turfa de 4,000 hectares desmoronaram e 23% nem produziram. As mesmas condições também ocorreram. em vários outros locais, como Jambi, Southern Sumatra, West Sulawesi, Kalimantan, West Kalimantan”, acrescentou.

Esquema de regulamentação da palma na turfa e padrões de sustentabilidade

Então agora voltamos à questão do que precisa ser feito para aumentar a produção nacional de CPO em meio a todas as complexidades, dilemas e limitações da terra existente.

Segundo Nyoman, para reduzir a deterioração das turfeiras, o Governo da República da Indonésia fez vários regulamentos e acordos, tanto nacionais como internacionais, sobre questões relacionadas com a drenagem, subsidência, incêndios de turfa, emissão de gases com efeito de estufa (GEE) na atmosfera, inundações , e assim por diante, onde ainda permite que os produtores plantem, mas por meio de uma abordagem de plantio sustentável.

Riscos comerciais do dendezeiro em turfeiras

Se não for manejado corretamente, o desenvolvimento do dendezeiro nas turfeiras não afeta apenas o meio ambiente ou o ecossistema da turfa, mas também os aspectos financeiros da produção. O cultivo de dendê em turfeiras exige muito esforço e custos quando comparado ao cultivo em solo mineral. O aumento dos custos operacionais ocorrerá como resultado do trabalho adicional de preparação do terreno, manutenção de estradas e gestão da água.

Para reduzir o impacto, o cultivo de dendezeiros em turfeiras requer experiência, planejamento e melhores práticas de manejo. Para ser eficaz, a supervisão e a documentação na gestão das turfeiras também são importantes, além de monitorar e quantificar regularmente o resultado da implementação das melhores práticas de gestão.