Os Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura do Equador e a RSPO organizaram recentemente um workshop de um dia inteiro que se concentrou na “prontidão do Equador para uma Abordagem Jurisdicional (JA) na RSPO”. O evento, realizado em 27 de setembro, contou com a presença do CEO da RSPO, Datuk Darrel Webber, e reuniu mais de 100 atores-chave envolvidos na obtenção da sustentabilidade em toda a cadeia de fornecimento de óleo de palma do Equador, além de participantes do Peru, México e Colômbia.
O Equador é o primeiro país a lançar uma abordagem jurisdicional para a certificação em nível nacional – um processo que está em andamento há mais de dois anos e está tomando forma com a liderança do ProAmazonia. O Programa Integral de Conservação Florestal e Produção Sustentável da Amazônia (PROAmazônia) é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MAE), do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAG) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O PROAmazonía busca vincular os esforços nacionais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa com a agenda prioritária do país e as políticas dos setores produtivos para reduzir as causas e agentes do desmatamento, bem como promover a gestão sustentável e integrada dos recursos naturais.
O evento contou com mais de 10 intervenções, todas destacando os diversos e complexos desafios que compõem uma abordagem jurisdicional, bem como as principais conquistas que o Equador alcançou até agora.
Representantes de alto nível dos Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura compartilharam a visão do governo equatoriano sobre a produção sustentável de óleo de palma. O PNUD falou sobre o papel da cooperação internacional para promover a produção de commodities sem desmatamento, enquanto o CEO da RSPO, Darrel Webber, e o diretor da América Latina, Francisco Naranjo, apresentaram a visão da organização sobre a certificação jurisdicional.
ONGs proeminentes, como Conservation International e Forest Peoples Program, apresentaram, respectivamente, “oportunidades regionais de conservação para mecanismos de compensação no nível jurisdicional” e a abordagem de Consentimento Livre, Prévio e Informado (FPIC). Outras partes interessadas privadas importantes que participaram foram a Vice-presidente de Responsabilidade Corporativa e Sustentabilidade da Bunge, Megan Weidner, que apresentou as políticas de fornecimento sustentável da empresa, bem como as empresas certificadas pela RSPO do Equador, DANEC, Rabobank e muitas outras.
Segundo Francisco Naranjo, diretor da RSPO América Latina, “o Equador alcançou um avanço significativo em seu programa de certificação jurisdicional. Este avanço foi impulsionado pelo compromisso e participação ativa de várias partes interessadas, como produtores, moleiros, sociedade civil e ONGs, em coordenação e sob a liderança do governo equatoriano. A colaboração entre esses atores tornou-se a principal força da iniciativa Jurisdicional no Equador”, afirmou.
A advogada ambientalista, especialista em sustentabilidade e membro do Grupo de Trabalho JA e Consultora de Palma Sustentável do ProAmazonía – PNUD, Maria Amparo Albán disse: “A Certificação Jurisdicional RSPO para óleo de palma sustentável na região amazônica equatoriana oferece a possibilidade de integrar todas as pequenas e médias produtores em uma cadeia produtiva sustentável, com desmatamento zero, que se tornará um modelo para várias cadeias agroalimentares no Equador.”