Na América Latina, onde os agricultores tradicionalmente favorecem o café, o cacau, o caju, a batata, o dendê é uma cultura relativamente nova.
No entanto, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), essa região também abriga metade das florestas tropicais remanescentes do mundo, que apresentam alto grau de endemismo e diversidade biológica. Um recurso tão importante, se usado de forma sustentável, poderia apoiar o desenvolvimento social e econômico de milhões.
Infelizmente, a América Latina tem algumas das maiores taxas de desmatamento do mundo. Há exceções, felizmente. Países como Brasil e México reduziram consideravelmente as taxas de desmatamento nos últimos anos, apesar do aumento das terras usadas para o cultivo de dendezeiros. No entanto, o desmatamento acumulado em toda a região continua substancial. Com essas aparentes contradições, é difícil estabelecer uma relação clara e direta entre o desmatamento e o cultivo da palma.
Para apreciar plenamente a diversidade biológica da América Latina e entender as causas profundas que impulsionam o desmatamento, a pesquisa é uma peça crucial desse quebra-cabeça. Embora saibamos que uma das principais causas do desmatamento é a expansão da fronteira agrícola, precisamos desenvolver uma imagem mais clara do papel que o óleo de palma desempenha nessa tendência.
Nesse contexto, a Mesa Redonda sobre Óleo de Palma Sustentável (RSPO) pode ajudar a impulsionar a produção de óleo de palma na América Latina, incentivando os produtores a adotar seus Princípios e Critérios (P&C) – a pedra angular de seu padrão certificado de óleo de palma sustentável. Dentre eles, um princípio-chave estabelece claramente a proibição de novos plantios de palmeiras em florestas primárias ou áreas de alto valor de conservação (AVC). O crescente interesse em óleo de palma sustentável na região e a crescente demanda global por óleo de palma sustentável certificado (CSPO) prometem um grande potencial de crescimento.
Embora o óleo de palma produzido na América Latina seja consumido principalmente no mercado local regional, existe um grande potencial de crescimento nesta região no curto prazo. Em particular, países como Colômbia, Equador, Guatemala, Costa Rica e Honduras, entre outros, terão importantes excedentes de óleo de palma que poderão ser entregues aos mercados globais, principalmente à União Européia. A partir de 2016, o Equador exporta mais de 30% de sua produção de óleo de palma para o mercado da UE.
Para abordar algumas das questões acima, a RSPO, juntamente com a Guilda dos Produtores de Palma da Guatemala (Grepalma), organizará a 6ª Conferência RSPO Latino-Americana na Guatemala, de 24 a 25 de agosto de 2016. A conferência servirá como um ponto de encontro para os produtores de palma e fornecedores que buscam realizar uma cultura de palma sustentável na região da América Latina, compartilhando conhecimento e experiência na aplicação de práticas agrícolas, sociais e ambientais responsáveis.
Para saber mais sobre a conferência, visite http://iicpal2016.grepalma.org/registro-rspo-inscripciones-grepalma